Eu
agora vou narrar
Aqui
nos versos que faço
A
vida de uma mulher
Que
conquistou seu espaço,
Após
deixar seu torrão,
Ao
lado de Lampião,
O
Eterno Rei do Cangaço.
Mil,
novecentos e onze,
No
terceiro mês do ano,
Na
Malhada da Caiçara,
Em
pleno solo baiano,
Lá
nasceu a Cangaceira
Maria
de Oliveira
Por
ordem do Soberano.
No
dia oito de março,
Na
linda cidade Glória,
Nasceu
essa heroína,
Que
fez sua trajetória,
Com
amor e devoção,
Pra
morrer com Lampião
E
viver para a história.
Sua
mãe era Maria
E
seu pai era José,
Os
mesmos nomes dos pais
De
Jesus de Nazaré;
Porém
teve outra sina:
Nasceu
pra ser nordestina
E
cangaceira de fé.
Aos
quinze anos de idade,
Casou-se
com Zé Miguel,
Honrando
seu casamento
Na
Igreja e no papel,
Mas
Miguel, o sapateiro,
Não
foi um bom companheiro,
Perdeu-a
sendo infiel.
O
casamento com brigas
Foi
sempre fora do trilho;
Como
José era estéril,
O
casal não teve filho;
Conforme
quis o destino,
Ela
uniu-se a Virgulino,
O
grande Rei do Gatilho.
Foi
a primeira mulher
A
ingressar no Cangaço,
Vivendo
com Lampião
Oito
anos em enlaço;
Seguindo-o
na mesma trilha,
Deu
à luz a uma filha
No
belo Sertão de Aço.
Maria
e Lampião
Já
são história escrita;
Tiveram
uma linda filha,
Que
se chama Expedita;
Seu
nome foi uma escolha,
Nasceu
no Porto da Folha,
Criança
meiga e bonita.
Expedita
perdeu os pais,
Aos
cinco anos de idade,
Lá
na Grota de Angicos,
Numa
pequena cidade;
Foi
de cortar coração:
Maria
e Lampião
Vítimas
de crueldade.
Foi
na Grota de Angicos
Que
aconteceu a guerra:
Maria
foi baleada,
O
sangue escorreu na terra;
E
a polícia agressiva
A
degolou ainda viva
Na
loca de uma serra.
Em
Sergipe aconteceu
O
massacre tão tirano:
Expedita
ficou órfã
Por
tão maléfico dano;
Maria
e Lampião,
Com
mais nove, em aflição
Tombaram
naquele plano.
Maria
hoje tem fama
Daqui
para o estrangeiro;
É
a Rainha do Cangaço,
Que
deixou o sapateiro
Pra
viver com Lampião
Até
morrer no Sertão
Do
Nordeste brasileiro.
Autor: Hosmá Passos.
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